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🇧🇷 Como a Uakari Lodge flutua?

Toda a estrutura do Uakari Lodge flutua pacificamente nas águas da Reserva Mamirauá. Como isso é possível?

A Uakari Lodge flutua no mesmo local há mais de 20 anos. Como isso é possível?


Esta semana publicamos em nossas redes sociais uma foto da primeira imagem que todo mundo tem quando vem visitar a Uakari Lodge. Temos 100% de certeza de que todos os turistas que nos visitam se lembram do momento em que nos aproximamos da pousada e vemos sua estrutura flutuando pacificamente nas águas da Reserva Mamirauá, no coração da Amazônia brasileira.

A lembrança se torna ainda mais impressionante quando descobrimos que toda esta região faz parte da maior floresta de várzea protegida da Terra, e que os níveis de água mudam cerca de 12 metros ao longo do ano – o que significa que a pousada também flutua para cima e para baixo, ao longo do ano, junto com a mudança dos níveis das águas.

E a primeira pergunta que a maioria dos visitantes faz quando chega ao hotel é: como isso é possível? Como esta estrutura com 10 quartos pode ficar tranquilamente flutuando durante todo o ano, nos últimos 20 anos?

Uakari Lodge | Reserva Mamirauá | Amazonas, Brasil


Quase 100% da pousada flutua nos troncos das árvores do assacu (Hura crepitans L. Euphorbiaceae – ou “sandbox tree” em inglês). Ela pode ser encontrada em toda a Amazônia, em florestas de várzea, em terras argilosas e úmidas, principalmente nas margens de rios. Essas árvores podem chegar a 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro. O tronco é muito leve, sendo fácil de ser esculpido e, por isso, comumente usado para construção e objetos artesanais.

Para aUakari Lodge, o assacu (e todas as outras madeiras usadas na construção) é adquirido com o apoio do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá, um dos muitos projetos de extensão da organização. O objetivo deste programa é implementar um modelo participativo de manejo florestal sustentável na Reserva Mamirauá, adequado às condições ecológicas, culturais e socioeconômicas da reserva, melhorando a renda gerada pela comercialização da madeira a partir de um plano de manejo florestal e contribuindo para a organização comunitária e consciência ambiental das comunidades locais.

A Uakari Lodge está trabalhando permanentemente com este programa para comprar madeira de forma sustentável nas comunidades locais, promovendo o desenvolvimento econômico na Reserva Mamirauá e desenvolvendo a consciência ambiental, especialmente entre as gerações mais jovens – um dos muitos benefícios ocultos que um turista deixa para trás ao nos visitar. O assacu deve ser substituído de tempos em tempos (ele dura muito tempo – até 30 anos) e essa operação acontece quando a Uakari Lodge está fechada para manutenção.

Um dos bangalôs da Uakari Lodge (onde ficam os quartos 1 e 2), entretanto, fez parte de um experimento desenvolvido pelo Instituto Mamirauá. Eles flutuam em … isopor! Mostrou-se uma ótima alternativa à madeira, sendo muito estável na flotação e com grande resistência à água e ao movimento vertical de toda a pousada ao longo do ano. Um fato curioso: Márcio Ayres, fundador do Instituto Mamirauá, sempre ficou neste bangalô ao visitar a Uakari Lodge.

Uakari Lodge ao por-do-sol. Nesta foto podemos ver os cabos que mantém a Pousada estável no mesmo local ao longo do ano.


E como fica no mesmo local ao longo do ano?

Além de flutuar, a pousada precisa de algum apoio extra para ficar totalmente estável no mesmo local ao longo do ano. Toda a estrutura está ligada a árvores em todas as direções da floresta com cabos submersos. Esses cabos ficam soltos ou apertados de acordo com o nível das águas, de modo que a estrutura fica no mesmo lugar o tempo todo. Também tem âncoras atadas a cada estrutura flutuante para manter o movimento menos perceptível para os visitantes.

Quando você vem para a pousada não perca a chance de interagir com nossa equipe de infraestrutura, que pode lhe mostrar informações extras, como funciona o funcionamento dos cabos e as diferenças entre a madeira e a espuma como base flutuante para os bangalôs.

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(Fotos: Adam Preiss, Gui Gomes, JP Borges Pedro, Gustavo Pinto)

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