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🇧🇷 A Guia Naturalista em campo: notas sobre os jacarés na Reserva Mamirauá

Jacarés na Reserva Mamirauá podem chegar a mais de 5 metros de comprimento – e são vistos aos montes por aqui!

Estamos nos esforçando para continuar levando a Amazônia até você durante o período de distanciamento social – e por isso hoje começamos uma nova série!

Nossa guia naturalista Cynthia Lebrão irá nos reportar mais sobre a fauna da Reserva Mamirauá – as espécies mais exóticas, suas curiosidades e tudo que você certamente perguntaria para um guia durante sua hospedagem na Pousada Uacari 😉

No artigo de hoje, a Cynthia vai nos falar mais sobre os enigmáticos jacarés da Reserva Mamirauá 🐊🐊🐊 :

“Jacaré-açu (Melanosuchus niger), Jacaré-tinga (Caiman crocodilus), Jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) e Jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus) são as quatro espécies de jacarés encontradas em Mamirauá e pertencem à família Alligatoridae. Sei que você provavelmente já deve estar virando os olhos para os biólogos, que inventam tantos nomes complicados quanto possíveis, mas essas classificações são importantes também para remontar a história evolutiva dos organismos. Os crocodilianos (ordem Crocodylia), por exemplo, possuem uma evolução fascinante, já que seus ancestrais surgiram há pelo menos 320 milhões de anos e foram sobrevivendo, inclusive às grandes extinções que marcaram a história, até o presente graças ao design e anatomia resistentes.

Os animais da ordem Crocodylia são semi-aquáticos, possuem cauda achatada lateralmente e os olhos, narina e membrana timpânica no topo da cabeça. São 23 espécies atuais distribuídas em três famílias: Alligatoridae, Crocodylidae e Gavialidae. Esta última possui apenas uma espécie, o gavial (Gavialis gangeticus), facilmente diferençável dos demais pelo focinho estreito adaptado a uma dieta pscívora. Os jacarés, família Alligatoridae, possuem o focinho mais largo entre os três grupos, o que facilita sua alimentação variada. Por fim, os crocodilos, família Crocodylidae, tem o focinho pouco mais estreito que os jacarés e quando estão com a boca fechada o 4º dente inferior é visível.

É sempre impressionante observar crocodilianos (ordem Crocodylia) já que são sobreviventes de um grupo muito antigo de animais. Mais impressionante é observar os Jacarés-açu (Melanosuchus niger), com o corpo todo (que pode atingir 5,5 m de comprimento!) fora da água durante a época de seca aqui na Reserva Mamirauá. Durante a cheia é comum ver apenas os olhos e narinas desses animais fora da água”.

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(Fotos: Cynthia Lebrão)

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