top of page

como evitar a seca extrema de potencial irreversível que a Amazônia está sofrendo hoje?

Desde setembro, 55 cidades do Amazonas estão em situação de emergência e diversos animais morreram em efeito das queimadas e uma estiagem extrema dos rios causada pelo desmatamento desenfreado e potencializado pelas mudanças climáticas.


crianças vendo botos mortos dentro de escavadeira

Foto: Miguel Monteiro.


Parece cena de filme apocalíptico, navegar pelas águas com animais mortos. A Amazônia está em situação de emergência em 55 estados.


Desde do dia 23 de setembro, mais de cem botos-vermelhos e tucuxis, entre outros peixes, apareceram mortos no Lago Tefé (próximo a Uakari Lodge).


Houve uma mobilização emergencial para salvar os animais que ainda se encontram no lago, bem como, busca e recolhimento de carcaças, coleta de amostras para análises de doenças e da água. Estamos contando com equipes dedicadas ao monitoramento dos animais vivos e monitoramento das águas do lago.


O Incidente Emergência Botos Tefé foi instaurado pelo ICMBio com apoio técnico do Instituto Mamirauá. No total, estão envolvidas na operação diversas instituições brasileiras: ICMBio, Instituto Mamirauá, Sea Shepherd Brasil, WWF-Brasil, Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, GRAD, IBAMA, Aquasis, Aqua Viridi, Instituto Aqualie, Corpo de Bombeiros, IOC-Fiocruz, INPA, Polícia Militar, R3 Animal, Greenpeace Brasil, Instituto Baleia Jubarte, LAPCOM-USP, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Conservação de Tefé (SEMMAC), Prefeitura de Tefé e Sea World.


A principal hipótese é de que a causa esteja relacionada à seca (período de estiagem) e à alta temperatura do Lago Tefé (que em alguns pontos está ultrapassando a marca de 39ºC), potencializados pelas queimadas desenfreadas + aumento anormal da temperatura do Oceano Atlântico + crise climática.


A seca extrema dos rios também prejudicou a economia do Amazonas, dificultando a mobilidade e, portanto, o acesso a mais de 500 mil famílias (contabilizando com as comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas) a suprimentos básicos como: água, alimentos, medicamentos, combustível e energia.


A água, tão intrínseca na vida amazonense, foi recomendada a ser evitada para consumo e uso recreativo.


O pesar tem nos acompanhado, mas sabemos que não devemos normalizar esses desastres ambientais, e enfrentar a crise climática é urgente.


Pegue seu cafezinho e vamos refletir no que precisamos fazer AGORA para adiar o fim do mundo?


“A ideia de que o mundo está acabando é uma ótima desculpa pra gente não fazer nada, é mais fácil a gente acreditar que o mundo que nós vivemos pode acabar do que a gente acreditar que nós somos capazes de introduzir mudanças nesse mundo.”
Ailton Krenak

tucuxi nadando pelo rio

Foto: Miguel Monteiro.






D O E

A subsistência da maioria das famílias que moram na várzea amazônica dependem da pesca e atividades que dutilizam dos rios como transporte, e neste cenário, não há nenhuma possibilidade de retornarem .


A sociedade civil juntamente com lideranças comunitárias se uniram para levar suporte a mais 5 mil famílias da Floresta Nacional de Tefé, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.


Doe para o coletivo Unidos Pelo Médio Solimões aqui ou faça sua doação para a Associação Agroextrativista da FLONA-Tefé


CNPJ 06.214.337/0001-88.

Caixa Econômica Federal.

Agência: 3236-0.

Conta: 1236-6.





COBRE POR MUDANÇAS NO SETOR ENERGÉTICO

Segundo o relatório de 2023 do IPCC (Painel Intergovernamental, órgão da ONU, sobre mudanças climáticas), uma das principais ações para combater as mudanças climáticas é repensar o setor energético. Por utilizar combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, se torna o principal responsável pelas emissões de gases que causam o aquecimento global.


Deve haver participação não apenas do governo em âmbito federal, mas principalmente regional e municipal, para a implementação de alternativas energéticas renováveis.





EXIGIR A REDUÇÃO DO USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NA INDÚSTRIA E TRANSPORTES

Outra proposta do IPCC para o enfrentamento das mudanças climáticas é reduzir a emissão de gases de efeito estufa da indústria e do sistema de transporte, alterando para biocombustíveis ou criando uma oferta de frotas de veículos elétricos.


O governo federal deve apoiar o financiamento do setor, tal como de serviços básicos, pela pauta climática também se relacionar com a saúde da população.





ADAPTAR AS CIDADES

Esse é um esforço de governança nacional e de cada cidadão.


O planejamento urbano e setores como o de construção, moradia, saneamento e gestão de resíduos sólidos, também são importantes no combate às mudanças climáticas, uma vez que contribui para a redução da emissão dos gases de efeito estufa e permite à população a se adaptar aos impactos das mudanças climáticas e seus efeitos extremos.


Alguns exemplos já vistos em alguns países são: redesenhar espaços abandonados e/ou sem uso para a criação de áreas verdes, utilizar partes dos prédios e casas para serem ocupados por jardins (como o mais conhecido "telhado verde" e “jardins suspensos"), alterar os tipos de materiais de construção e reassentar populações que vivem em áreas de risco.





MANEJO FLORESTAL, REFLORESTAMENTO E AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO

Segundo dados de 2022, das emissões dos gases de efeito estufa no Brasil, 49% são causadas por mudanças no uso da terra (que inclui o desmatamento), outros 25% vem da agropecuária.


É importante termos em mente que podemos possibilitar resiliência à natureza contra os impactos das mudanças climáticas, se houver medidas para a proteção e conservação das florestas, da água doce e dos oceanos, como afirma o IPCC.


Algumas dessas medidas possíveis são: o manejo florestal, o reflorestamento e a agricultura de baixo carbono - as agroflorestas contribuem para a manutenção da biodiversidade local.


Para que haja a implementação em larga escala, é necessário a especialização de produtores sobre o tema, financiamento e tecnologia.


Também estamos falando de proteção à biodiversidade, ao termos como alternativa a demarcação de áreas protegidas, tanto na terra, como reservas marinhas.





FORTALECIMENTO DOS SISTEMAS DE SAÚDE

No relatório do IPCC, há ações na área da saúde que contribuem para o enfrentamento das mudanças climáticas, como: fortalecer os sistemas de saúde, aprimorar programas relacionados a doenças sensíveis ao clima (como doenças respiratórias, dengue e malária) aumentar acesso a água potável, aprimorar a vigilância contra eventos climáticos extremos, desenvolver vacinas, ampliar o acesso a cuidados da saúde mental





CRIAÇÃO DE FUNDOS PARA O COMBATE A MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Entre as propostas do IPCC, há uma relação entre políticas sociais e economia: a necessidade de cada país criar fundos que financiem o enfrentamento de crises relacionadas ao clima.


Com o apoio desses fundos, permite uma adaptação e recuperação das cidades de forma mais eficiente e menos drástica.


*


Sabemos que, por serem ações que estão na base da problemática sobre a crise climática mundial, devemos exigir de nós mesmos um esforço para nos informar, monitorar e cobrar pelas mudanças necessárias para podermos adiar/reduzir os impactos dos desastres relacionados ao clima.

bottom of page